Os esforços de algumas bancadas defendendo o adiamento da votação do
projeto de lei da terceirização não convenceram o presidente da Câmara,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ele negou os pedidos nesse sentido e garantiu
que todos os destaques ao projeto serão concluídos na tarde de hoje
(15).
“Não é adiando para outra semana que vamos resolver. Não tenho
compromisso ou interesse em qualquer dos resultados. Tenho interesse em
que votemos, que enfrentemos o tema e o encaminhemos ao Senado”,
informou.
Cunha queria que o texto fosse esgotado ontem (14), mas a votação de um
dos destaques acabou gerando confusão em plenário. “Concordei com o
adiamento por causa da confusão. Acho que 90% votaram sem saber o que
estavam votando. Há uma confusão muito grande quando apresentam um
destaque supressivo. Quando votamos sim, parece que estamos votando com a
supressão, mas é justamente o contrário”, explicou.
Na votação de ontem, os deputados aprovaram, por 360 votos a 47, um
destaque do PSDB retirando a possibilidade de as empresas públicas,
sociedades de economia mista, suas subsidiárias e controladas, no âmbito
da União, dos estados, Distrito Federal e municípios, aplicarem as
regras que constavam no text-base aprovado semana passada.
Eduardo Cunha antecipou que, nas próximas semanas, pautará outro texto
que trata especificamente da situação da administração pública. A
intenção é evitar que essas esferas fiquem com um vácuo jurídico em
relação a esse tipo de contratação.
A manifestação do presidente da Casa acabou com os esforços da base
governista na Câmara. No fim da manhã de hoje, o líder da base aliada,
deputado José Guimarães, tentou convencer Cunha a adiar a votação. Mesmo
após a negativa, o parlamentar ainda apostou na conversa entre o
presidente e líderes da oposição, que concordavam com o adiamento.
“Numa hora como esta, o bom senso indica o caminho da negociação e do
diálogo. Ele [Cunha] quer votar, porque acredita que o texto está
maduro. Em nome do governo, propus uma saída”, afirmou.
Guimarães lembrou a aprovação do destaque tucano, o que, segundo ele,
sinaliza mudança de posições das bancadas. “Ontem, foi um exemplo que
não é a terra do tudo ou nada. Quando se parte para esse caminho, dá
zero a zero e prejudicamos a economia do país, os trabalhadores e
empresários. Porque não construir um texto de consenso entre
trabalhadores e empresários? Não pode ser uma lei para atender só um
lado”, acrescentou.
Agência Brasil
FONTE SPP NOTÍCIAS